Nascida em 1948 no Reino Unido, Sheila Jeffreys escreve sobre política sexual e também é professora e ativista pelos direitos das meninas e mulheres. Em 1991, as estudantes da Universidade de Melbourne (Austrália) exigiram ter disciplinas sobre feminismo e feminismo lésbico na grade acadêmica, então a posição foi criada e Sheila foi convidada para lecionar, onde ficou até se aposentar em 2015, quando voltou a morar no Reino Unido.
Jeffreys participa ativamente do feminismo e das políticas feministas lésbicas desde 1973. Começou participando de Grupos de Consciência, Campanha Nacional pelo Aborto e Grupo Mulher e Saúde Mental.
A partir de 1975 participou das conferências, marchas, debates e publicações - sobre a situação da classe feminina no patriarcado - que deram início ao feminismo radical do Reino Unido.
Com outras feministas, também se engajou na criação de abrigos para mulheres vítimas de violência, em coletivos e ações anti-pornografia, grupo de apoio a vítimas de estupro, etc.
Um pouco antes da pandemia de Covid, Sheila junto com outras mulheres, fundou a WDI - Declaração Internacional das Mulheres, organização sem fins lucrativos que defende os direitos humanos da classe feminina ao redor do mundo.
A solteirona e seus inimigos (1985), mostra como a figura da "solteirona" foi estigmatizada por desafiar as normas sociais, principalmente a heterossexualidade compulsória, impostas às mulheres.
Continuando a história da sexualidade, Anticlímax: uma perspectiva feminista da revolução sexual (1990) revela como a "revolução sexual" masculina reforçou a submissão e objetificação das mulheres.
Em A heresia lésbica: uma perspectiva feminista (1993), Jeffreys apresenta como a imitação, pelo movimento lésbico, de práticas heterossexuais, enfraqueceu seu potencial político.
Já, A ideia da prostituição (1997), examina a prostituição como um sistema de exploração da classe feminina, desafiando narrativas que a romantizam.
Em 2003 lançou sua primeira crítica ao nem tão novo masculinismo: Desvendando a política queer: uma perspectiva feminista lésbica, onde mostra como a política queer obscurece a opressão baseada no sexo e ignora a subordinação estrutural das mulheres.
Uma obra fundamental para se entender como práticas de beleza são formas de controle social que reforçam a opressão das mulheres foi publicada em 2014: Beleza e misoginia: práticas culturais prejudiciais do ocidente.
No mesmo ano, em O gênero machuca: uma análise feminista da política do trangenerismo (2014), Jeffreys critica o impacto do transgenerismo nos direitos conquistados historicamente pelas mulheres.
Um livro incrível sobre a histórias das feministas lésbicas do Reino Unido, entre 1970 e 1990 foi publicado em 2018: A revolução lésbica.
Finalmente, aos 72 anos, lançou sua autobiografia: Aviso de gatilho: minha vida feminista lésbica (2020), onde relata sua trajetória pessoal e profissional como feminista radical lésbica.
O último livro publicado, Imperialismo peniano: o direito sexual masculino e a subordinação das mulheres (2022), revisita as obras anteriores e investiga como o direito sexual masculino sustenta a subordinação das mulheres no contexto global.
Pela primeira vez, Sheila Jeffreys será publicada no Brasil. O livro "A origem da política queer", uma leitura fundamental para entender a política sexual da atualidade, está em pré-venda pela editora Leia Ginna. Já garantiu o seu?
Sheila Jeffreys é uma das vozes mais influentes do feminismo radical. Como escritora, professora e ativista, dedicou décadas a analisar e criticar as estruturas patriarcais que perpetuam a opressão das mulheres.
Seus livros são fundamentais para o entendimento de como a heterossexualidade compulsória, a pornografia, a prostituição, a religião, a política queer e até mesmo as práticas de beleza reforçam a dominação masculina sobre as mulheres.